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domingo, 17 de novembro de 2013

Nem só de Resorts a gente vive! Baixio - uma pérola escondida no Litoral Norte da Bahia

Feriadinho de três dias, pouco dinheiro e muita vontade. Onde poderíamos ir, decidindo viajar há apenas 5 dias e sem reservar nada? Primeiro, teria que ser de carro, segundo teria que ser barato e, terceiro. teria que ser MUITO BOM!
Cai na prospecção e pensei em Baixio, uma das praias da Linha Verde, no nosso Litoral Norte (Bahia)  há 124km do Aeroporto de Salvador, a única praia daqui que ainda não conhecíamos. A internet me ajudou a encontrar onde ficar, o último village do Aldeola do Baixio Pousada ______, que era uma pousada, mas hoje aluga apartamentos para famílias. Peguei!!
Saímos na sexta-feira (feriado) logo cedinho, paramos para algumas compras (belisquetes, bebidas e itens para sobrevivência) em Guarajuba, praticamente metade do caminho.
Durante o trajeto, Loly ficava me perguntando o que iríamos fazer por lá, se tinha arco e flecha, clubinho, toboáguas, animadores... E eu, o tempo todo lembrando a ela que não ficaríamos em um resort, mas em um apartamento, onde teríamos que limpar e cozinhar como na nossa casa, mas que estaríamos em frente ao mar e aproveitaríamos a companhia uns dos outros.
Chegamos na cidadezinha de Baixio, muito tranquila, modesta e com ruas estreitas de barro ou paralelepípedo. Paramos em frente a uma bela praça, com algumas barraquinhas de madeira, que ia dar na praia. Havia uma corrente fechando essa rua e, ao perguntar ao funcionário onde ficava nosso village fomos surpreendidos com a resposta! Nosso village era o último daquela linda rua, na beirinha da praia, mesmo!!
Ao chegar entramos pelo portão e estacionamos o carro. Fomos recebidos por Telma, funcionária da dona dos Villages e ela nos apresentou à nossa casa nos próximos 3 dias. Dois quartos (com ar condicionado) e um WC no andar superior, uma sala, uma cozinha e uma varanda linda, com uma rede que me chamava sempre que eu passava por perto dela, no andar térreo. Não havia televisão, não levei de propósito e nem tampouco havia internet. A área tinha outros 5 villages, uma piscina, um gazebo, um tipo de lobby e uma churrasqueira, que poderiam ser utilizados de acordo com reservas ou acordo com os demais hóspedes. Ah! Levamos nosso pequeno cão Chokito. Sim, além de tudo eles aceitam animais de estimação.
Logo que nos instalamos fomos à praia. Andamos uns 50m até uma das mesas na areia, daquelas barraquinhas que eu falei e que atendem super bem. Comemos lagosta, frango a passarinha e uma moqueca de "lamber os dedos".
O mar não é dos mais calmos... É mar aberto e tem muitas ondas, até porque a maré estava bem alta àquela hora. Por isso, existe uma plataforma com uns 5 salva-vidas, bem equipados e que não tiram o olho do mar e dos banhistas, para uma faixa de uns 100 metros de praia. Adorei. Não vejo isso nem em Salvador!
Depois que o sol ficou mais leve, no final da tarde fomos andando em direção à Barra do Rio Inhambupe, onde pudemos tomar um banho com as águas de mar e rio misturadas, porém tranquilas. Voltamos com o sol já se pondo e a lua cheia, linda, aparecendo sobre o mar. A essa altura, Loly já nem lembrava que existiam resorts e nem muito menos wi-fi.
Fomos em casa, tomamos um banho de piscina noturno, depois banho de chuveiro e voltamos para a beira do mar, em uma das barraquinhas que de dia serve belisquetes e frutos do mar e à noite serve pizza, a Lagoa Azul. Comemos um queijo coalho na chapa e uma pizza, que pode não ter sido (não foi, mesmo!) a melhor que já comemos na vida, mas certamente foi inesquecível pelo local e pela vista: uma lua imensa, gigante e que iluminava o mar com uma cor prateada que jamais vai sair da nossa mente e dos nossos corações. Na volta demos uma volta na praça e fomos pra casa, ler e jogar um pouco antes de dormirmos com o som das ondas nos ninando.
No dia seguinte acordamos cedo e decidimos ir à feira no Conde (há 35 km). Caminhamos um pouco, compramos biscoitinhos de goma, de nata, pimenta e temperos com gosto de casa de Vó e paramos para tomar café da manhã: ensopado de carneiro com um pirão que... meu Deus! Me fez suar de tão forte e tão gostoso!
Voltamos para aproveitar a praia e a piscina. Almoçamos em outra barraca, um peixe vermelho frito delicioso. Ficamos sabendo de alguns passeios que poderíamos fazer: Lagoa Verde, Lagoa da Panela, Mamucabo... Todas elas com jipes ou caminhadas. Ouvi falar que são lindas, mas não fizemos nenhuma além da Barra (caminhando pela praia), pois essa viagem era apenas para descansarmos! À tarde aproveitamos a piscina e no final do dia comemos de novo o queijinho coalho. A lua nasceu ainda mais linda e o céu tinha uma mistura de tons de rosa e azul que nem tenho como descrever. Fomos eu e Loly para a plataforma de observação dos salva-vidas e ficamos de lá de cima, conversando e olhando a lua sobre o mar, pensando em como somos abençoadas por estarmos vendo aquele espetáculo, enquanto o papai babão fotografava tudo da areia.
À noite preparamos uns hamburgueres com requeijão (comprado na feira), mas gostoso do que qualquer fast-food que conhecemos, afinal foi feito por nós! Jogamos mais um pouco: Detetive, Imagem e Ação, Dicas, ABC... e fomos dormir cedo, um soninho gostoso depois de tanto riso e mímicas interessantíssimas...
Mais uma vez acordamos bem cedo para aproveitar o dia e o sol mais saudável do dia. A maré estava mais tranquila e menor e aproveitamos um delicioso banho de mar, sempre sob supervisão dos salva-vidas, um deles, descobri que era nosso garçom da pizzaria. Jornada dupla!!
Preciso falar que há guardas municipais fazendo rondas a todo instante. Preciso também dizer que há um projeto chamado RESORTINHO ESCOLA | Conheça Baixio que prepara a mão de obra local para trabalhar em hotéis e pousadas da região. Fica ao lado de onde nos hospedamos e pude observar algumas coisas bem legais, como shows de capoeiristas e mocinhas aprendendo a servir café da manhã. Achei uma linda proposta, para melhorar as condições de qualidade de vida da população local, fixando-a em sua cidade natal e preparando-as para as demandas de trabalho cada vez mais competitivas.
Saímos pouco antes do meio-dia para evitar o trânsito mais intenso da tarde e para dar tempo de almoçar no Restaurante Sombra da Mangueira, em Diogo (coladinho em Praia do Forte), mas desse ai eu falo em outro post.
Enfim, nem só de Resorts a gente vive. Existem outros lugares, outros ares e outras experiências, que ao contrário do que pode-se pensar, nos aproximou ainda mais. Curtimos muito esse contato puro com a natureza e com nós mesmos. Sem correria, sem tantas programações, sem reservas para o jantar. Apenas nós e as lindas paisagens de Baixio.
FOTOS NO INSTAGRAM @malinhacomalca


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